“Cicatriz não é defeito”, de Allan Dias Castro

“A dor que não contamos a ninguém
É a mesma que descontamos na vida.
Não se pode curar uma ferida
Fingindo que está tudo bem.

Quando o silêncio te faz de refém,
Sua verdade fica presa no peito.
Cicatrizes não são um defeito.
O alívio só poderá chegar
Quando você parar de negar a si mesmo,
Ao dizer: “Eu me aceito.”

Com traumas, vergonhas, mentiras,
Sorrisos sem alma, os fantasmas da ira.
Deslizes, dilemas, feridas mantidas abertas
Pelas algemas da hipocrisia.

O passado que a gente adia nos visita todo dia.
O passado que a gente adia nos visita todo dia.
O passado que a gente adia, um dia chega.

Eu vi uma saída quando encarei a mim.
Eu não espero que o outro me entenda
Nem tenho esperança de que alguém se arrependa.
E, se arrependimento matasse, não seria o meu fim:
Ao contrário, eu nasci de novo ao me aceitar assim.
Quando parei de me manter em segredo
Abracei a coragem e o medo
E, mais do que poder contar minha dor,
Hoje eu conto comigo, enfim.

Sim, o passado que a gente abraça
Um dia passa.

Aquele que consegue dizer “eu me aceito”
Está abraçando a sua história.
Então, lembra que cicatriz não é defeito:
É trajetória.
(Allan Dias Castro)

– Recitando poesia,
um bom domingo, uma boa semana,
abraço amigo,
Wander Medeiros

 

(Música do vídeo: A Love Theme – Eugenio Mininni)

 

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